sexta-feira, 2 de maio de 2008

Simples assim

Não conseguia escrever com a alma.
E, juro, morava com as estrelas.
Sentia, sorria, consumia.
Voava, chorava, amava.
Meditava, derramava, dilacerava.
Esvaziava. Inventava.
E palpitava.
Até fingia que escrevia.
E experimentava.
Mas depois... Depois nada, coitada.
A noite chegava, após do dia.
E nada. NADA.
Ela ainda não sabia que apenas bastava.

10 comentários:

Beto Mathos disse...

Simples, assim, maravilhoso.
Beijo!

Germano Viana Xavier disse...

E quem supeita das coisas, minha querida?

Melhor mesmo é não saber nem suspeitar de anda, como assim queria o Pessoa...

Abraços sinceros...

Germano
Aparece...

Ilaine disse...

Ela não sabia que apenas bastava...

Bonito assim... Simplesmente Luci!

Beijo

Camilla Tebet disse...

Nossa, parece que foi pra mim: NADA. "Depois nada, coitada". hahaha. Adorei... MAs a diferença é que vc sabe ue basta, eu não! Burra eu!

Joice Worm disse...

Em meio a tanto sentimento e tantas palpitações, como pode ela chamar a tudo isto de nada...
Talvez fosse melhor que ela definisse sem estar com a cabeça baixa, aquilo que realmente queria e que bastasse!
(Adoro poemas que mexem comigo).

Friendlyone disse...

Nuss! E mexeu mesmo! Pareceu até um daqueles dias que na imensidão do vazio descobre-se uma imensidão de sentimentos que a gente nem sabe explicar, e às vezes nem sabe que sente. Simples assim... Reticente, sempre lá, impreciso, porque estar perdida é o que há. E você sabe amiga, eu gosto mesmo é de gente perdida, assim como eu.

Uma das melhores coisas suas que já li.

"Beijos, abraços, Julie Newmar!!!"

Assim que sou disse...

Tem dias que me sinto tão repleta de saberes. Como se pudesse perceber e discernir em total harmonia. Muitas vezes, em dias assim, estou completamente obtusa para as palavras. E nem mesmo consigo escrever. Pelo menos os textos que me espelham. Por que os que não me espelham, escrevo cotidiana e contratualmente. Vivo disso, não é?
O bom é que - como você definiu super bem - isso quase sempre basta. Que bom que basta!

bjs. Veronica

João Neto disse...

Nada? Quem tem a companhia das letras tem tudo! Tem o infinito que pode ser criado apenas juntando-as e fazendo prosa e poesia e mundos em sua mente.

Jacinta Dantas disse...

E fico aqui pensando que entre o nada e o tudo, às vezes é só um segundo, um brilho, um sorriso. E a palavra tem esse poder que pode ser simples.
Um abraço
Jacinta

Camilla Tebet disse...

Estamos as duas devagar na quantidade ou é impressão minha? Cadê vc?? saudade, liga!
Beijos