quinta-feira, 17 de junho de 2010

PALAVRAS DIFÍCEIS*


Estou muito cansada pra argumentar, discutir, debater, aventar, controverter, agitar. Hoje também não quero metáforas. Tampouco figuras exacerbadas. Mas palavras difíceis são bem-vindas. Porque hoje estou inexorável. Não quero falar em sentir. Quero apenas minutar. Digitar as letras sem pactos. Com nenhuma comiseração. Estou assim. Em branco. Acho que estou documento hoje. Documento rápido. Sem burocracia que apoquenta. Sem meias-verdades. Direto. É assim que quero pra mim hoje. Tudo célere. Certeiro. Mas palavras difíceis são bem-vindas, eu friso. Pra muitas vezes ficar sem entender. Mesmo que seja rápido e eficaz. Porque nem sempre entender é o caminho. Muitas vezes prefiro o abstruso. Porque não sei o que significa ou expressa. Está apenas ali: a palavra jogada, hirsuta e destoada. Esperando ser, quem sabe, um dia. Ou não.

*A pedido de uma amiga, estou republicando este texto postado originalmente neste mesmo blog, no dia 7 de maio de 2008.