quinta-feira, 10 de julho de 2014

Minha manhã de domingo

O domingo começou cedo. A luz era de uma amarelo-alaranjado que aconchegava feito o colo quente da minha avó Leonor. Estávamos naquela praça arborizada, com coreto no meio. Havia verde fresquinho, bancos de madeira, aromas da infância, sabores de saudade. Havia artistas expondo quadros, esculturas, artesanato, bijuterias, enfim, gente feliz vivendo de talento. Havia criança correndo, pulando, pedalando. Ingênuos alegres. Havia uma roda de samba. Havia Samba de raiz da melhor qualidade. Ensaiando um chorinho. Havia Noel Rosa. E Noel Rosa numa manhã amarela de domingo é o paraíso na Terra. Um ensaio da felicidade. Estávamos ali, todos nós, a família em família. Alegres Ingênuos. Não havia melhor lugar, nem momento mais fácil pra ser feliz. Meu refúgio, meu porta-retrato. É prá lá que eu volto nos dias em que morro.