
Sempre soube. Mesmo sem nunca ter visto ou tocado. Sabia que estava lá. Segredo de um relógio. Vai. Não volta. Nem fica. Escorre entre os dedos. Minha pele às vezes é macia. E ele flui mais fácil nesse tempo de suavidade. Um dia, por um segundo perdido, nossos olhos se toparam. Efêmero e improvável. Mesmo assim, perdi a hora. Não ouvi o tilintar. Esqueço. No abre-fecha, desencontros. No fecha-abre, possibilidades. Sinto como um bem-querer. Fecho os olhos para ver melhor. As mãos se abraçam, perpetuadas. Quero cessar. Impossível. Seguro o ponteiro. Tão forte que sangram os dedos. Parou. O silêncio interrompido. E nada, meu Deus, não há nada. Um branco dissolvido. Sem começo, meio ou fim. NADA. Sobressalto e boca seca. Falta-me ar. Não adianta, menina tola, não adianta. Travo os dentes. Solto a alavanca. Os braços doem e ele segue, enfim. Agora o ar está de volta. A pele, ressequida.
5 comentários:
É o peso do tempo ou do que se sente que faz isso - não sei. Mas sei que relógios atrasam e fazem barulho. Mesmo quando quebrados.
Que bom que voltou a escrever, Luci.
Bjs.
O tempo é implacável. Coloca as marcas. E estas ficam, mesmo que tenha sido efêmero. Tudo pode ser visto e sentido na pele.
Saudades de vc amiga. Cê sumiu mesmo, né?!
Beijos
Não tem jeito mesmo, né?
Nem adianta brigar com o ponteiro, só cuidar pra não ter desperdício...
Gosto de te ler.
Bj
Aproveitar o tempo para viver, sem deixar o tempo passar por passar.
Parece fácil, mas na maoria das vezes, o tempo passa e a gente nem percebe.
Já leu o "Fragmentos de um Romance"? Tem a ver com o tempo.
Braços!
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