segunda-feira, 19 de julho de 2010

Eu


E por que há de ser perfeita?
Não posso somente ser?
Apenas e simplesmente?
Sem culpa.
Sem medo.
Sem vácuo.

Estou aqui. Despida e cansada.
Inteira.
Com minhas falhas e meus defeitos.
Expostos. Chocados e amedrontados.
Atormentam, eu sei.
Mas, sim, meu caro, me completam.
Partes importantes de mim.

Essa sou eu, enfim.
Doce-amargo. De paladar intenso.
E sabor aguçado, com gosto da verdade.
A minha verdade.

Meu eu desvendado.
Destelhado.
Libertado, alforriado, emancipado.

Eu.

Enfim.

* Liberdade, meu caro, existe somente na ausência desprovida desprendida desatada solitária. É utopia, ideal, quimérica. Não há como explicar em nenhuma língua conhecida. Não hoje, não agora, não aqui. E mesmo assim, tenho esperança.

3 comentários:

Marcia Belato disse...

sempre maravilhosas suas palavras, parece que conhece um pedaçinho de cada leitor seu. bjs no coração

Toninho Moura disse...

Somos o que pensamos ser.

Unknown disse...

Maravilhoso! As palavras saltam aos olhos e nos dizem muito mais do que queremos.